O uso do cheque especial
deveria ser apenas para emergências financeiras, já que essa categoria de
crédito possui uma das maiores taxas do mercado. Mas, infelizmente, aqui no
Brasil, os consumidores estão utilizando a modalidade como um plus à renda. Prova
disso é que segundo o SPC - Serviço de Proteção ao Crédito, em 2013, 40% dos
brasileiros utilizaram esse reforço, ao longo do ano.
O cheque especial é um
empréstimo automático, oferecido pelos bancos e que, normalmente, já é
contabilizado ao saldo, mas fique atento, já que a categoria está entre as que
possuem as maiores taxas de juros do mercado, chegando a 150% ao ano (8% ao
mês). Normalmente, isso pode gerar uma dívida muito maior do que a esperada. Um
exemplo prático disso: quando alguém pega R$ 1 mil do cheque especial, mas no
mês seguinte teve dificuldades de repor o dinheiro, fazendo com que o problema
se arraste por meses, ao final de um ano a dívida passará de R$ 1 mil para R$
2,5 mil.
E não pense que apenas
as classes mais populares, como C, D e E que apelam para a ajudinha a mais, a
pesquisa feita pelo SPC mostra que 43% das pessoas que utilizaram o cheque
especial pertence às classes A e B, enquanto 34% às classes C, D e E.
Para não cair na
tentação e acabar com um rombo no orçamento, nunca use o cheque especial para
ajudar nas compras, ou desejos pessoais que ultrapassem a renda mensal. Esse
hábito traz a falsa impressão de aumento de renda, e claro, leva ao descontrole
das despesas, gerando o endividamento. Caso venha a utilizar, em um momento de
emergência, fique atento aos prazos de pagamento, veja se o seu banco oferece
alguns dias de uso do cheque especial, sem cobrança de juros.
Planejamento em longo
prazo é a alternativa ideal para não precisar utilizar o cheque especial. Por
exemplo, se existe a necessidade dos valores em mãos, hoje, mas você terá um
dinheiro extra, em julho, como restituição do imposto de renda, ou primeira
parcela do 13º, uma dica é ir ao banco e negociar um crédito pessoal, com
pagamento da dívida para o mês que terá dinheiro, essa alternativa acaba sendo
mais segura e mais barata.
Os dados ainda são
alarmantes: 8 em cada 10 brasileiros não possuem um controle total de suas
finanças. Os motivos principais são a falta de disciplina, ou de informação, já
que a maioria não sabe como anotar gastos e estabelecer prioridades. Além
disso, 85% dos consumidores admitem fazer compras por impulso, movidos pela
emoção, trazendo riscos para o orçamento.
Fique atento,
principalmente, às taxas de juros, saiba quanto você vai pagar e pense se vale
mais a pena um empréstimo pessoal, ou a utilização do cheque especial. Faça
sempre as contas. Uma boa dica para ajudar a todos é o site
http://meubolsofeliz.com.br, que oferece serviços gratuitos como calculadoras
financeiras, simuladores e consultorias individualizadas ao internauta,
fornecidas pelos economistas do SPC Brasil. Dr. Luciano Duarte Peres
é especialista em direito bancário e presidente do Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor Bancário
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