segunda-feira, 16 de junho de 2014

4 em cada 10 brasileiros utilizaram esse recurso em 2013

O uso do cheque especial deveria ser apenas para emergências financeiras, já que essa categoria de crédito possui uma das maiores taxas do mercado. Mas, infelizmente, aqui no Brasil, os consumidores estão utilizando a modalidade como um plus à renda. Prova disso é que segundo o SPC - Serviço de Proteção ao Crédito, em 2013, 40% dos brasileiros utilizaram esse reforço, ao longo do ano.

O cheque especial é um empréstimo automático, oferecido pelos bancos e que, normalmente, já é contabilizado ao saldo, mas fique atento, já que a categoria está entre as que possuem as maiores taxas de juros do mercado, chegando a 150% ao ano (8% ao mês). Normalmente, isso pode gerar uma dívida muito maior do que a esperada. Um exemplo prático disso: quando alguém pega R$ 1 mil do cheque especial, mas no mês seguinte teve dificuldades de repor o dinheiro, fazendo com que o problema se arraste por meses, ao final de um ano a dívida passará de R$ 1 mil para R$ 2,5 mil.

E não pense que apenas as classes mais populares, como C, D e E que apelam para a ajudinha a mais, a pesquisa feita pelo SPC mostra que 43% das pessoas que utilizaram o cheque especial pertence às classes A e B, enquanto 34% às classes C, D e E.

Para não cair na tentação e acabar com um rombo no orçamento, nunca use o cheque especial para ajudar nas compras, ou desejos pessoais que ultrapassem a renda mensal. Esse hábito traz a falsa impressão de aumento de renda, e claro, leva ao descontrole das despesas, gerando o endividamento. Caso venha a utilizar, em um momento de emergência, fique atento aos prazos de pagamento, veja se o seu banco oferece alguns dias de uso do cheque especial, sem cobrança de juros.

Planejamento em longo prazo é a alternativa ideal para não precisar utilizar o cheque especial. Por exemplo, se existe a necessidade dos valores em mãos, hoje, mas você terá um dinheiro extra, em julho, como restituição do imposto de renda, ou primeira parcela do 13º, uma dica é ir ao banco e negociar um crédito pessoal, com pagamento da dívida para o mês que terá dinheiro, essa alternativa acaba sendo mais segura e mais barata.

Os dados ainda são alarmantes: 8 em cada 10 brasileiros não possuem um controle total de suas finanças. Os motivos principais são a falta de disciplina, ou de informação, já que a maioria não sabe como anotar gastos e estabelecer prioridades. Além disso, 85% dos consumidores admitem fazer compras por impulso, movidos pela emoção, trazendo riscos para o orçamento.

Fique atento, principalmente, às taxas de juros, saiba quanto você vai pagar e pense se vale mais a pena um empréstimo pessoal, ou a utilização do cheque especial. Faça sempre as contas. Uma boa dica para ajudar a todos é o site http://meubolsofeliz.com.br, que oferece serviços gratuitos como calculadoras financeiras, simuladores e consultorias individualizadas ao internauta, fornecidas pelos economistas do SPC Brasil. Dr. Luciano Duarte Peres é especialista em direito bancário e presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor Bancário


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