domingo, 22 de junho de 2014

Como lidar com a depressão?

                          
Depressão é uma patologia incapacitante que corresponde às alterações nos níveis dos neurotransmissores, relacionados ao equilíbrio emocional, isto é, uma mudança anormal na bioquímica do cérebro. Transforma a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, manifesta suas emoções e o prazer com a vida. Quase 20% da população mundial, já, tiveram pelo menos um episódio depressivo, em algum momento, sendo considerada a segunda maior causa da diminuição da qualidade de vida, atualmente. Homens e mulheres, em qualquer faixa etária, podem ser acometidos pela depressão. Mas, estudos científicos demonstram que há uma prevalência bem maior na população feminina.

As causas são múltiplas e interligadas: orgânicas, genéticas, psicológicas, psicossociais, circunstanciais, reativa, entre outras.Caracteriza-se por sintomas físicos e psíquicos, podendo se iniciar após um acontecimento estressante (perda de um ente querido, separações traumáticas), muitas vezes desproporcionais em duração e intensidade às ocorrências que o provocaram e, em outras vezes, manifestar-se sem motivo aparente. Pode começar com uma sintomatologia leve nos primeiros dias ou semanas, com o indivíduo se mostrando entristecido e sem vivacidade, mas progredir para um desmoronamento da vida pessoal, profissional e familiar.

A pessoa se apresenta apática, podendo ter crises de choro frequentes, prostração, desinteresse por atividades, anteriormente prazerosas, sensação de vazio, desânimo, alteração do apetite, procrastinação, distúrbios do sono, visão pessimista da vida, diminuição da libido, problemas cognitivos como dificuldade de concentração, raciocínio moroso, redução da memória, dificuldade para tomar decisões, desespero, isolamento social, sentimentos autodepreciativos, tristeza intensa e persistente, angústia, fadiga crônica, sentimentos de inferioridade, pena de si mesmo, culpa injustificada, rebaixamento da autoestima, perda da vitalidade, descuido com a aparência pessoal, irritabilidade, mau humor, queda no desempenho escolar ou profissional, sentimento de fracasso, cefaleia, dores pelo corpo, desarranjos gastrointestinais, diminuição da eficiência do sistema imunológico, automutilação, pensamentos recorrentes sobre a morte e, em episódios mais severos, ideações suicidas.

Em alguns casos, para alcançarmos a remissão dos sintomas, além da psicoterapia há a necessidade de acompanhamento psiquiátrico, aliado à prescrição de medicação para a correção bioquímica cerebral. Os antidepressivos são bem tolerados, com poucos efeitos colaterais, e não causam dependência.
Muitas vezes os familiares e amigos, por desconhecimento das características dessa patologia, reagem de maneira agressiva e impaciente, o que pode agravar o quadro.

A psicoterapia pode ajudá-lo a entender suas emoções e comportamentos, aprender a reconhecer e lidar com os problemas que conduziram à depressão, identificar e resolver conflitos, questionar os pensamentos disfuncionais, aperfeiçoar o discernimento e a capacidade de ver a situação no seu todo, aprender novas maneiras de pensar e agir, desenvolver uma atitude ativa e positiva sobre sua vida, reagir com mais estabilidade frente a seus problemas, diminuindo assim o risco de recidiva.
A depressão é uma doença que prejudica muito o relacionamento familiar e social. Por outro lado, é possível tratá-la, com um prognóstico bastante promissor. Em poucas semanas o paciente já consegue perceber os benefícios do tratamento.

Sandra Morales - Psicóloga CRP: 13 123

sandra_morales@terra.com.br

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