A chave para garantir a sobrevivência e o crescimento da
empresa está em ser e continuar sendo necessária, ao longo de toda a sua
existência. Cabe ao administrador direcioná-la no sentido de continuar, sendo
sempre, indispensável. Com essa resposta, na ponta da língua, é hora de seguir alguns
passos fundamentais para sua empresa crescer:
- Seja útil: Antes de mais nada, a
empresa precisa produzir produtos e/ou serviços que possuam pelo menos duas
características fundamentais: eliminar a dificuldade, o desconforto, o medo, a
infelicidade, ou o descontentamento do consumidor e; proporcionar facilidade,
conforto, segurança e, principalmente, satisfação ao cliente. Quanto mais a
empresa atender estas duas características, mais chances ela terá de crescer;
mais valor ela agregará ao seu produto, ou serviço. Não se preocupe tanto com a
“margem de lucro,” ou com o “meu ganho”. Preocupe-se com o valor que está
entregando, através do produto ou serviço.
- Traduza o propósito de servir: A
empresa precisa ser útil para transformar propostas e metodologias de trabalhos
simples, em ações que possam ser percebidas pelos clientes, com uma real
intenção de encantar o consumidor, de modo que este sinta confiança e
facilidade de uso no seu produto, ou serviço. Lembre-se de que confiança é algo
que se demora a conquistar, mas que pode ser perdida por pequenos deslizes.
Mantenha-se atento!
- Cuide de seus funcionários:
As primeiras pessoas que precisam perceber a vontade que a empresa tem de
servir são os seus próprios funcionários, pois são eles que irão representar a
empresa, perante os clientes. Estabeleça canais de comunicação aberta com os
seus colaboradores. Programe atividades como café da manhã, palestras, vídeos,
cursos, etc. Estabeleça uma política de qualidade. Kaplan e Norton, autores da
metodologia BSC, já diziam: "O que não é medido não é gerenciado".
Pesquisar, registrar e monitorar os dados transformando-os em índices,
(satisfação de clientes, reclamações, satisfação interna) é indispensável.
- Cuide dos clientes atuais: Muitas
empresas se atêm mais à conquista de novos clientes do que à fidelização dos
que já possuem. Os clientes são a razão de existir uma empresa e é graças a
eles que podemos sobreviver, crescer e honrar os nossos compromissos. O custo
de aquisição de um novo cliente é muito maior do que o de ampliar a sua base de
clientes existente. Além disso, o que “vende” é a boa referência dada pelo
cliente atual, é o tão famoso “QI” (Quem Indica).
- Invista em marketing e publicidade:
Não basta produzir o melhor produto, ou serviço se você não comunicar isso aos
seus clientes e potenciais clientes. Para a empresa crescer é necessário que as
pessoas percebam a vontade de servir e, principalmente, a qualidade de seus
produtos, ou serviços. Se o público não perceber não irá comprar. Mas,
lembre-se que o fundamento da propaganda “não é vender”, é levar uma mensagem,
uma oferta que faça com que o cliente perceba que a empresa tem o propósito de
ser útil às pessoas.
Quem me ajudou a entender todos esses propósitos foi Konosuke
Matsushita, fundador da Panasonic. Em seu livro “Modo de ver e analisar os
fatos”, ele dizia que “uma empresa que só pensa em lucros próprios, não se
responsabilizando pelo bem estar da comunidade, pode prejudicar muito a
sociedade e não ter progresso”. Penso que uma empresa deve ter o propósito de
compartilhar a sua prosperidade e o seu destino com a sociedade. Portanto, devo
afirmar que a empresa é da sociedade, da comunidade a que pertence. Se a
sociedade, ou a comunidade perceber que numa empresa não existe vontade de
servir ao público, certamente ela acabará falindo.
Em
suma, devemos entender que a empresa não é de seu fundador, ou proprietário. A
empresa é da sociedade, da comunidade a que pertence. Vale lembrar que a
sociedade e a comunidade são formadas por pessoas, portanto, a empresa nasce
para servir as pessoas, nasce para ser útil às pessoas. Porque como dizia o
poeta inglês William Shakespeare, para quem não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.Orlando Oda é administrador de empresas,
mestrado em administração financeira pela FGV e presidente do Grupo AfixCode. www.afixcode.com.br